A furada que passei no Chuí

A furada que passei no Chuí

Como viajante curiosa, sempre imaginei como seria ir ao Chuí, o ponto mais ao sul do Brasil. Só que, infelizmente a minha passagem por lá foi uma grande furada. Os relatos que vi na internet antes me parecia ser uma cidade normal com muitos freeshops, o Arroio Chuí e as rodoviárias. Era assim, mas regiões de fronteira podem ser confusas e eu não estava preparada.

1º problema: A rodoviária brasileira

A maioria dos relatos que li eram de pessoas que estavam começando a viagem saindo do Brasil . Elas passaram algumas horas no Chuí para trocar de ônibus e seguir ao Uruguai. Só que eu fiz o contrário.
Quando desembarquei na rodoviária do lado uruguaio, tudo era bem parecido com o que encontrei em todo o Uruguai. Um balcão de vendas, quadro de horários, lockers e uns 3 funcionários. Como minha ideia era parar no Chuí por algumas horas e no final da tarde pegar um ônibus para seguir viagem pelo Rio Grande do Sul, resolvi ir logo atrás da rodoviária do lado brasileiro para comprar minha passagem e deixar minha bagagem no guarda-volumes.
A distância é pequena, não são nem 10 minutos de caminhada, mas a diferença foi grande. A Rodoviária do Chuí não havia energia elétrica, o guarda-volumes era deixar a sua bagagem por 3 reais atrás da bancada de vendas e o pagamento da compra de passagens era feito APENAS em dinheiro.

2º problema: Eu não fiz uma reserva de dinheiro
Acontece que eu vinha do Uruguai, onde conseguia sacar em ATMs ou pagar tudo com meu cartão internacional. Na noite anterior fiz questão de gastar meus pesos em um bom jantar para não ter que trocar dinheiro de volta. Fiquei com Peso suficiente para chegar ao Chuí e alguns reais para passear lá, mas nunca pensei que na rodoviária não pudesse pagar no débito as passagens de ônibus (que infelizmente é algo caro no Brasil). Ok, tudo bem, sendo uma cidade brasileira, bastaria sacar alguns reais.

3º problema: Não tinha o meu banco no Chuí

“- Ok, vou sacar. Onde fica o Itaú?
– Não tem Itaú.”

Ironicamente, no Chuy, cidade uruguaia, havia um Itaú no qual eu poderia sacar em pesos.

“- Humm.. E Banco24h?
– Não tem.
– Tem certeza? Não é possível…”

E lá fomos nós perguntando em farmácias e postos de gasolina. Até que uma alma disse:

“- Tenta no Banrisul. É interligado a rede 24H.
– Ótimo! Vou tentar.”

Tentei. O cartão do Itaú não era aceito na máquina do Banrisul.

Onde sacar dinheiro no Chuí, então?

Tudo isso levou umas 3 horas. Já não dava mais para ir ao Arroio Chuí e seguir viagem no mesmo dia. Tentei convencer o Leandro a passearmos, dormirmos aquela noite ali e resolver isso no dia seguinte, mas ele estava odiando a situação toda e queria sair dali o mais rápido possível.
Nós dois somos clientes do Itaú, mas de repente nos deparamos com um Bradesco (no final da avenida principal que é a Av. Uruguai).

Sabe-se lá o porquê Leandro levou na viagem um cartão de uma conta dele que estava parada. Foi o que nos salvou. Fizemos um TED pelo celular e depois de mais uma dificuldade (demorou muito para cair a transferência), sacamos o dinheiro poucos minutos antes do ônibus que queríamos seguir viagem.

Para ninguém passar por isso, segue  lista de bancos que existem no Chuí:

  • BANCO BRADESCO S.A.
    Av. URUGUAI ,479, Centro
  • BANCO DO BRASIL S.A.
    R.PERU,1381, Centro
  • BANRISUL
    R. Peru, 1385, Centro

Aqui está um mapa com os bancos e as rodoviárias do lado uruguaio e brasileiro.

Como eu vi o Chuy e o Chuí

No começo, antes de toda frustração com os bancos, estava legal observar. As diferenças tão próximas e em cidades que se fundem. O lado uruguaio arborizado, mais organizado. O lado brasileiro sem uma sombra de árvore e um monte de lojas vendendo coca-cola, um dos produtos mais buscados pelos uruguaios. Chegar no lado brasileiro e encontrar comida à quilo e barata foi uma felicidade só. No Uruguai come-se bem, mas paga-se muito bem também.

Infelizmente não vi o Arroio Chuí, o ponto mais extremo ao sul do Brasil, que é o que normalmente se vai ver lá. O Chuí mesmo é uma cidade de fronteira cheia de comércio. Eu não sou muito viajante de compras, mas dei uma analisada e os freeshops não eram imperdíveis. Como quando estava lá quando o dólar estava subindo, nada valia a pena.

Não é muito, mas é o que eu vi. Fotos só fiz mesmo da rodoviária. Ainda assim, acho válido compartilhar esta experiência. Vai que ajudo alguém a evitar de cometer este mesmo erro!

P.S.: Esta viagem foi realizada em Setembro/2015. Chequei na internet e ainda não existia Itaú ou Banco24h no Chuí na data da publicação. Talvez na rodoviária já aceitem débito/crédito.  Na época também não havia venda online  para a linha Chuí x Rio Grande